(Miguel Santos)
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RADIO JORNAL – 70 ANOS (1) Nos 70 anos do Radio Jornal quero relembrar alguns companheiros do meu tempo quando lá trabalhei pela prime...
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Ter amigos não é privilégio de ninguém. No entanto, ter bons e desinteressados amigos é privilegio de poucos. Eu me sinto recompensado ...
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Com uns 10 anos de idade já era um ouvinte fascinado pelo rádio. Só existiam duas Emissoras – Radio Jornal do Commercio e Radio C...
ULTIMA HORA
Tive o privilégio de trabalhar na Edição Nordeste do combativo jornal “Ultima Hora”, cuja redação ficava na Rua Visconde de Goiana, na Boa Vista. Era editor de uma coluna sobre o Rádio e a TV. Não era simplesmente um jornal. Era uma escola de jornalismo. Não havia espaço para o corriqueiro. Textos e ilustrações eram tratados com mais rigor, objetividade e competência. Lembro de um fato que faz a diferença desse Jornal. No dia da Procissão do Senhor Morto pelas ruas do Recife o diretor Mucio Borges da Fonseca chamou o chefe do departamento fotográfico, Clodomir Bezerra, e solicitou uma foto do evento, mas que não aparecesse padre, freira e até mesmo o andor da procissão. Clodomir gastou vários rolos de filmes fazendo inúmeras fotos, mas em todas apareciam as figuras ‘condenadas” pelo diretor do jornal. Desanimado, ele retornava para a redação, quando avistou uma criancinha sentada no meio-fio da Ponte da Boa Vista, vestida como se fosse um anjinho, de mãos postas, como se estivesse rezando. Clodomir fez a foto, que foi a capa da primeira pagina do UH-N do dia seguinte, passando para o leitor todo o sentimento do ato religioso O jornal era assim: surpreendente. Fechou por força do regime militar depois de 22 meses de existência.