Novela da Minha Vida Profissional

Novela da Minha Vida: Colegas e Amigos

Ter amigos não é privilégio de ninguém. No entanto,  ter bons e
desinteressados amigos é privilegio de poucos.  Eu me sinto recompensado
porque  procurei sempre conviver com bons colegas e amigos. . Seria enfadonho listar aqui todos os meus amigos, porque  correria o risco de esquecer de alguns. Aliás,  a linha divisória entre colegas  de trabalho e amigos as vezes não chega a ser bem definida. A gente chega a confundir as duas coisas. Alguns deles foram amigos circunstanciais: José Augusto Branco, Jota Ferreira, José Maria Marques, Claudia Barroso, Paulo Marques. Estiveram muito próximos de mim enquanto durou a convivência
profissional   com eles. Uns ficaram na lembrança, outros duram até hoje.
        Mas, poucos foram aqueles que influenciaram de forma decisiva na minha vida profissional. Dois deles  posso citar: Samir Abou Hana e Jorge José de Barros Santana, sem esquecer o saudoso Mayerber  de Carvalho, que exerceu um papel muito importante no meu destino.
      Foi durante a reunião de um clube de oratória que existia na Boa Vista que eu vim a conhecer Samir Abou Hana.  Nem ele nem eu sabíamos que
nos encontraríamos depois no rádio.   Ele começou na Rádio Capibaribe,
como eu também. Depois, ele foi desenvolver seu talento  na  antiga Radio Repórter,  que ficava na Rua da Concórdia.
      O encontro seguinte foi  na Empresa Jornal do Commercio, ele  atuando no Rádio e na TV  e eu na produção de programas apenas na Televisão. Nessa época eu já trabalhava na TV Universitária, no primeiro expediente. Foi quando, em 1983,  o Grupo Edson Queiroz, proprietário da Rede Verdes Mares de  Comunicação, do Ceará, adquiriu a Radio Tamandaré, que era uma Emissora AM no estilo FM – “musica, somente musica e um anuncio por intervalo”.  Os estúdios ficavam ao lado da Brasilgás, na  Avenida Mascarenhas de Morais, na Imbiribeira.  O Grupo resolveu modificar a programação e transformar a  Tamandaré numa Emissora eclética, com mais jornalismo e esportes. Para essa mudança, Samir foi chamado e me levou para lá.  Com sua experiência e capacidade profissional, Samir reuniu uma equipe de peso para enfrentar a concorrência:  Ednaldo Santos, Jota Albuquerque, Fernando Colorido, Walter Lins, Lacerdinha e Vasconcelos Lima. Rui Cabral era o produtor de Ednaldo Santos, à tarde, e eu cuidava da produção de Samir Abou Hana, na manhã. No departamento de jornalismo, comandado por Regina Lima, figuravam Fernando Veloso,  Paulo Fradique, Heitor Rocha e Jaimar Chedid. Repórteres: Candido Galvão, Jáder Bastos, Isaurino Brasil e Miriam Maranhão. No setor esportivo atuavam Rubens Souza,  Ednaldo Santos, Carlos Miranda (narradores), Luiz Cavalcanti e Uaci Matias (comentaristas), Edvaldo Morais (plantão) e os repórteres Haroldo Rômulo, Vitorio Mazzile, Aldeci Lima e Eduardo Santana,   Como numa gestação, em nove meses a Tamandaré foi para a  liderança da  audiencia.  Um pulo significativo do quinto para o primeiro lugar, Uma verdadeira revolução no radio pernambucano, graças a uma equipe que trabalhava redondinha, afinada, bem direcionada e enfrentando alguns sacrifícios.
         Três anos depois, por questões que não valem a pena descrever, Samir resolveu deixar a Tamandaré e seguir para outra vitoriosa jornada – ampliar a audiência da Radio Olinda. A diretora era Cleone Barbosa, no jornalismo Antonio Menezes. Ficamos na Olinda por pouco tempo.
         Tarefa seguinte  -  Radio Globo. Tínhamos o apoio do Sistema Globo de Radio. Samir gozava da  admiração e do respeito da diretoria nacional.  Certa vez, fomos ao Rio de Janeiro gravar umas vinhetas e eu ouvi o convite feito por Mario Luiz, um dos mais conceituados radialistas do Pais, diretor-geral do Sistema:
        -  “Samir, você escolhe: Rio ou São Paulo. O horário da tarde é seu nessas duas praças.”         
          Mesmo reconhecendo a importância do convite, Samir preferiu ficar no Recife. Se tivesse aceito,  seria certamente o mais popular comunicador do radio brasileiro. Essas idas e vindas nos levou a uma temporada na Radio Clube. Fizemos juntos também um programa de entrevistas na TV-Tribuna,  que tinha uma audiência muito boa.
             Nossa amizade nos levou a duas viagens aos Estados Unidos para curtir as maravilhas dos parques da Disney, em Orlando, e conhecer Miami.  Foram momentos inesquecíveis vividos com nossos familiares.
              Samir seguiu outra carreira: a de radiodifusor,  ao  adquirir  a
Radio Planalto, de Carpina.  Eu não pude acompanhá-lo, mas hoje o tenho
na conta dos amigos que deram impulsos importantes na minha carreira

profissional.

Com Samir Abou Hana, no bar de sua residência.
Uma pessoa que sempre apostou no meu trabalho, me orientou muito e tem demonstrado ser um amigo de todas as horas é Jorge José Barros de Santana. Seu nome está  imortalizado na  galeria dos grandes realizadores do Rádio e da Televisão de Pernambuco.  Começou escrevendo para o rádio e  logo que a TV chegou por aqui ele conquistou-a com inesquecíveis trabalhos tanto na TV-Radio Clube como na TV-Jornal do Commercio. Foi nesta última que ele  produziu a novela “A Moça do Sobrado Grande”,  tão empolgante que chegou a ser exibida pela TV-Bandeirantes de São Paulo.
           Jorge José Barros de Santana é bacharel em comunicação social e
por algum tempo lecionou na Escola Superior de Relações Públicas. Foi
também diretor da TV-Itapoan, de Salvador-Bahia e da TV-Tropical, do
Governo de Pernambuco.
           Trabalhei ao lado de Jorge José em várias oportunidades:  como colega na TV-Universitária;   como meu chefe na produção da TV-Jornal; realizando eventos promocionais e artísticos com artistas nacionais
            Na TV-Jornal, Jorge José me confiou a produção do programa
“Verdade ou Mentira”, do qual me refiro em outro capitulo deste trabalho,
 e do “Programa Jota Ferreira”, que se consagrou como um dos horários
de maior audiência da TV pernambucana.
             Na Massangana Multimídia, da Fundação Joaquim Nabuco, na qual  foi diretor,   participei da produção de uma série de documentários para a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE. O objetivo era  ressaltar os incentivos fiscais oferecidos pela autarquia à industria nordestina.  Documentamos várias empresas, como a Confecções Guararapes, em Natal-RN: a Polyutil, de João Pessoa-PB;  a Raymundo da Fonte, em Paulista-PE, entre outras. Foi uma experiência muito válida porque aprendi muito na captação de imagens, depoimentos, edição e finalização dos vídeos.  Outro projeto que me gratificou muito realizar foi a série “Nomes que Fazem a Diferença”, sobre a qual   me refiro com detalhes em outro capitulo deste  trabalho.
             Por essas e outras realizações,  Jorge José tem dado uma demonstração de que confia no meu trabalho, tanto assim que tive o privilegio de participar, como assistente de produção,  da editoria de seus excelentes trabalhos editoriais,  que resgatam a historia da comunicação social em Pernambuco. Os livros que escreveu sobre o Radio, a Televisão e os Jornais de Pernambuco mereceram elogios da critica e do publico leitor 
Atualmente, está sendo preparado um  outro excelente trabalho literário, desta feita sobre os  Governadores de Pernambuco .
              Presente no ambiente familiar e na atividade profissional,  Jorge é um  amigo sincero e leal, coisa tão difícil hoje em dia.
Com o escritor Jorge José de Santana, , por ocasião do lançamento do livro “Meio Século Depois – Televisão Pernambucana”.

Sintam-se todos os meus amigos – os mais distantes e os mais
próximos – homenageados neste artigo.  E me desculpem por não cita-los
nominalmente aqui. Afinal, amigo é pra essas coisas....

Um exemplo de amigo distante é Osvaldo Secco. Convivemos na época em que ele era o chefe dos câmeras da TV-Jornal.   Foi casado com Valéria Acyoman, de quem ficou um viúvo prematuro.   Depois, voltou  para a TV-Globo de São Paulo, onde viemos a nos encontrar numa das viagens que fiz à capital paulista. 

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