Não me perguntem como nem por
que, mas o certo é que assumi a tarefa de ser
representante-correspondente da já extinta Revista
do Radio, que
na época era a publicação semanal
segunda colocada em vendas em todo o
Brasil (a primeira era a Revista
“O Cruzeiro”). A Revista do Radio era dirigida pelo jornalista Anselmo Domingos e
tinha como secretário de redação Borelli
Filho. As duas paginas centrais eram ocupadas pelos “Mexericos da Candinha”,
onde os artistas mais consagrados eram visados pelas fofocas e
disse-me-disse. Aliás, nessa época só
existia o rádio e a Nacional do Rio era a mais poderosa Emissora do País,
cujo “cast” reunia os maiores nomes da
musica brasileira. A Revista promovia concursos, entre os quais o que revelava a Madrinha do
Radio e a disputa entre as cantoras Marlene e Emilinha Borba chegava a
empolgar meio mundo, com comentários em todas as rodas.
A coluna que escrevia era “Rádio de
Pernambuco”. A matéria era enviada pelos correios, razão por que existia a preocupação de mantê-la mais atualizada
possível porque chegava na redação da revista com alguns dias de
atraso. Eram pequenas notas sobre o rádio que se fazia em
Pernambuco (novos programas, os artistas que mais se destacavam, as fofocas,
etc), com uma ou duas fotos no
máximo. Era minha tarefa tambem promover a revista nos meios de comunicação.
Sempre que
era autorizado pela Editora
distribuía exemplares nas portarias dos programas de auditório da Radio Clube e Radio Jornal. Quando esteve no Recife, Anselmo Domingos me convidou para trabalhar
na sede da Revista, no Rio de Janeiro,
mas o apego à família e a minha própria idade
(pouco mais de 20 anos) me
impediram de seguir outro rumo na vida.
Foi nessa época que a Televisão
surgiu e fui convidado para atuar na Revista TVlandia, que nascia como um
guia de programação semanal das TVs Jornal e Clube. A primeira publicação
circulou no dia 19 de junho de 1961, com a foto
de capa da atriz. Floriza Rossi. Eu assinava uma pagina sobre o Radio. Outros
colaboradores: Hilton Marques (hoje produtor do programa de Jô
Soares); o saudoso ator e diretor teatral Luiz Mendonça, fundador do espetáculo
da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém; Renato Melo, produtor de TV,
entre outros. A revista era dirigida pelo publicitário Oliveira Junior e por
Geraldo Mayrink, que tinha uma agencia de registros de marcas e
patentes. Rildo Uchoa integrava a
direção cuidando da publicidade e a Acê Filmes, de Alcir Lacerda, criava as
fotos.
Os artistas que mais
figuravam nas capas: Heloisa Helena, Floriza Rossi, Arlete Sales, Nair Silva,
Penha Maria, Nel Blue, Geraldo Liberal. Depois de alguns meses de
circulação, assumi a editoria geral da Revista, que era editada pela Gráfica
Ilha, que funcionava no bairro de São José.
Quatro meses depois de
circular gratuitamente, TVlandia
passou a ser vendida nas bancas. Uma tiragem media de 1.500 exemplares semanais, um marco na historia dos
periódicos que existiram até hoje em
Pernambuco.
Capa da Primeira Edição da Revista
TVLANDIA (1961)
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A partir de fevereiro de 1962 a TVlandia passou ao comando do
radialista e publicitário Josenildo de Souza Leão, mais conhecido como
César Brasil. Outra equipe foi formada:
Adel Barros na gerencia geral e os colaboradores
Ednaldo Lucena, Waldemar Garcia, Mário Sabino, Emanoel Rodrigues e outros. A
TVlandia viveu até meados de 1963, quando foi criada a Canal,
outra revista tipo de bolso, com o mesmo
objetivo. Dirigida pelo casal de atores Jorge Ramos e
Fernanda Simões, com secretaria de Miguel
Santos e uma equipe de colaboradores de peso: Dias da Silva, famoso
psicólogo; o teatrólogo Alfredo de Oliveira e os jornalistas Romildo
Cavalcanti e Isaltino Bezerra. Um ano depois de criada, mudou de direção.
Assumiram o publicitário Waldir Machado e o artista plástico Wellington
Virgolino, com a colaboraação editorial de Fenando Spencer, Redomark Viana, Wilton de Souza e Fernando
Bastos. Canal circulou até meados de 1965. Sempre com uma tiragem média de dois mil exemplares
semanais e uma boa aceitação por parte
do publico.
NAIR SILVA FOI A CAPA INAUGURAL DA
REVISTA CANAL
Entrevistando Anselmo Domingos, diretor da Revista do Rádio |