A Televisão havia chegado com gosto de gás.
Será que vai acabar com o rádio ? Era a preocupação de muitos radialistas. Até
porque muita gente boa migrou imediatamente para
o novo veiculo. O interesse pelas novelas radiofônicas foi diminuindo,
os cantores davam preferência à TV e o
rádio sentiu a necessidade de um impulso para sobreviver (alguns pensavam
assim).
Cinco anos depois do advento da TV, o Radio Jornal do Commercio jogava ao ar uma programação
inovadora apelidada de “novo rádio”. A estreia foi numa
segunda-feira, 26 de abril de 1965.
Eu trabalhava como editor de rádio e
televisão nos dois jornais da Empresa – o Jornal
do Commercio e e Diário da Noite – e acompanhei de perto
todas as providencias para o lançamento da nova programação. O gerente geral do
Radio Jornal era o Sr. Luiz Felipe
Vieira e o gerente de programação, Abérides
Nicéas. O Sr. Vieira disse, numa entrevista:
“A nova programação é o começo de uma
série de iniciativas visando a satisfação do nosso publico ouvinte. O radio,
como fator de progresso de um Estado ou de um País, tem de se aperfeiçoar e se
adaptar aos novos tempos.”
Uma caravana de consagrados
artistas nacionais, entre os quais Erasmo Carlos, Sergio Murilo, Wanderléa e Rosemary, veio abrilhantar o lançamento da nova
programação, realizando apresentações nos programas ”Praça da Alegria”, comandado por Walter
Spencer, no sábado, à tarde, e “Varietê”, sob o comando de Jáder de
Oliveira, no domingo, á noite.
A
equipe de produtores do “novo rádio”
era formada por Aldemar Paiva,
Nelson Pinto, Thalma de Oliveira, Alberto Lopes, Ivan Soares, Medeiros Cavalcanti, Wladimir
Calheiros, Geraldo Silva, e Manoel Barbosa.
Integrei essa valorosa equipe como coordenador do “Disco Brinde”, apresentado de segunda a
sexta-feira, as duas da tarde, sob o comando de Nilson Lins. O programa
realizava testes de conhecimentos musicais entre os ouvintes e distribuía
discos entre os premiados, numa parceria com a Fábrica de Discos Rozenblit.
Outros programas se
notabilizaram nessa fase do Radio
Jornal, Como o “Cidade Nua”, apresentado ao meio-dia com
produção de Manoel Barbosa e participação do
elenco de rádio-teatro, interpretando casos registrados nas delegacias
policiais; Nelson Pinto produzia “No Tempo da
Retreta”; Medeiros Cavalcanti fazia o “Almanaque do
Almoço”, aos domingos; Thalma de Oliveira escrevia “Retalhos do
Cotidiano” e era da consagrada Janete Clair a novela “O Renegado”, exibida as 9
da noite, enquanto os programas
esportivos tinham mais ou menos o mesmo espaço que ocupam no rádio de hoje. O discotecário na época
era o Eraldo Mendonça. Lembro que ele
foi enviado ao sul do país, para
adquirir os mais recentes lançamentos fonográficos e todos os demais discos
necessários para atualizar a discoteca, além de uma nova estrutura para
facilitar o atendimento imediato das solicitações dos ouvintes. O departamento
de radio-jornalismo era comandado pelo competente jornalista Artur Malheiros e
o espaço físico foi ampliado para receber mais maquinas de escrever e
redatores.
Ano seguinte – 1966 – Antenor
Aroxa foi contratado para conduzir o programa “Festa de Brotos”, aos sábados, à
tarde, substituindo Walter Spencer. Passei, então, à exercer a atividade de produtor de programas de auditório, experiência que me
levou a fazer a mesma coisa na
Televisão.
O superintendente da Empresa Jornal do
Commercio, dr. Paulo Pessoa de Queiroz, ao meu lado. Momento em que a TV e o Rádio
Jornal eram
homenageadas na cidade de Vitoria de
Santo Antão (1968)
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